quarta-feira, 19 de janeiro de 2022

EVOLUÇÃO E ESPIRITISMO - ANO 04 - EDIÇÃO 37 - JANEIRO DE 2022

 



1. INTRODUÇÃO

O que se entende por evolução? Evolução e progresso são a mesma coisa? Há alguma diferença entre evolução e evolucionismo? Como ver a evolução sob a ótica do Espiritismo?

2. CONCEITO

Etimologicamente, o termo evolução significa desenvolvimento, volver para fora o que já está contido em algo. Nesse sentido, evolução seria o desenvolvimento, pela atualização das possibilidades, das potências já inclusas virtualmente em algo. Deste modo, a evolução seria o processo das atualizações das potências dos seres, e nesse sentido lato, todos estão de pleno acordo. (Santos, 1965)

3. CONSIDERAÇÕES INICIAIS

A teoria da evolução pode ser vista sob dois pontos de vista: a) biológica: b) metafísica. Do ponto de vista biológico, é a transformação das espécies vivas umas nas outras, hipótese básica das ciências biológicas dos últimos tempos. Do ponto de vista metafísico, é o progresso do universo, hipótese de muitas filosofias e doutrinas religiosas. Em termos da sociologia e da antropologia, a evolução está associada ao comportamento dos seres humanos e às mudanças estruturais da sociedade como um todo. Há, também, uma diferença fundamental entre evolução e revolução. A evolução é uma acumulação lenta, gradual, de mudanças quantitativas; a revolução é uma mudança brusca, radical, qualitativa. (Temática Barsa)

4. EVOLUÇÃO BIOLÓGICA

4.1. FIXISMO

Baseado na física aristotélica, esta teoria admite que as espécies não sofrem mudanças, ou seja, surgiram sobre a Terra, cada qual já adaptada ao ambiente onde foi criada, pelo que, uma vez que não havia necessidade de mudanças, as espécies permaneciam imutáveis desde o momento em que surgiram. O fixismo pressupõe: a) criacionismo – todos os seres vivos eram obras divinas e, por isso, perfeitos; não precisavam de sofrer alterações; b) geração espontânea – a vida surgia quando havia condições favoráveis para isso; c) catastrofismo – se as catástrofes naturais destruíssem determinados seres vivos, outras espécies existentes iriam povoar esses locais desabitados.

4.2. TRANSFORMISMO

Embora o fixismo fosse uma teoria de fácil aceitação, ela não prevaleceu ao longo do tempo. Em seu lugar, surgiu a hipótese do transformismo, ou seja, a ideia de que as espécies não permaneciam imutáveis, mas sofriam modificações, isto é, evoluíam. Esta teoria só foi possível com o desenvolvimento do método teórico-experimental, em que se criava uma sistemática, para o estudo e nomenclatura das espécies atuais. Também valioso foi o estudo dos fósseis, registros das espécies que existiram em tempos antigos. O ápice do evolucionismo deu-se no século XIX, principalmente depois da vinda da nova ciência, aquela que se baseava na observação e coleta de dados, fazendo inferências e tirando as devidas conclusões dos dados analisados.

4.3. DARWIN E A TEORIA DA EVOLUÇÃO

Charles Darwin (1809-1882), a bordo do Beagle, conseguiu documentar grande quantidade de observações, que estão expostas em Sobre a Origem das Espécies (1859).

A teoria de Darwin mostra-nos que as espécies evoluíram. A transformação, porém, foi gradual, lenta e contínua. Por intermédio de uma seleção natural, os indivíduos sofrem modificações espontâneas, mas sobrevivem apenas as mais aptas. Além disso, são esses indivíduos que podem se reproduzir e transmitir esses caracteres a seus descendentes. Nesse processo, que é literalmente uma "luta pela vida", visto que existem mais seres vivos do que recursos, os organismos vivos menos adaptados desaparecem.

A teoria da evolução ganhou um novo impulso com a teoria da herança biológica formulada por Gregor Mendel (1822-1884), depois de suas experiências com ervilhas. (Temática Barsa)

5. A METAFÍSICA E A EVOLUÇÃO

5.1. O EVOLUCIONISMO

É uma doutrina metafísica que se refere à realidade como um todo e que embora se sirva das hipóteses e dos resultados da teoria biológica da evolução, sua tese vai muito além de tudo o que qualquer possível teoria científica possa legitimamente atestar. Nesse sentido, o evolucionismo foi assumido como esquema fundamental de muitas metafísicas, tanto materialistas quanto espiritualistas. A característica fundamental que essas metafísicas distinguem na evolução é o progresso. Para elas, evolução significa essencialmente progresso.

5.2. A EVOLUÇÃO SEGUNDO SPENCER E BÉRGSON

Spencer definia evolução como a passagem do homogêneo indiferenciado para o heterogêneo diferenciado. É toda a trajetória da ameba aos organismos superiores. Segundo Spencer, o sentido geral da evolução é otimista. No caso do homem, só terminará com "a máxima perfeição e a mais completa felicidade". Enquanto a evolução biológica desvinculou a ideia de evolução da de progresso, a evolução materialista e espiritualista têm no progresso a sua característica otimista fundamental.

Bérgson, por seu lado, viu na evolução o produto de um elã vital, que é a consciência, liberdade e criação. (Abbagnano, 1970)

5.3. A VITÓRIA DOS MAIS APTOS

A teoria da evolução das espécies de Darwin passou a ser empregada nas relações sociais com o termo "luta pela vida" e "vitória dos mais aptos". Esta posição filosófica estimulou a competição desenfreada entre os seres humanos, no sentido de que cada um deve vencer o seu próximo. Hobbes, por exemplo, fala-nos de que o "homem é lobo do homem", em que uma pessoa tem que estar sempre à frente da outra. Observe a ênfase que Maquiavel dá, em O Príncipe, aos "fins justificarem os meios". Esse tipo de visão da evolução levou o ser humano a uma posição dramática: queremos ser mais do que o outro e não nós mesmos.

6. ESPIRITISMO

6.1. O SENSO MORAL

Allan Kardec, em A Gênese, André Luiz, em Evolução em Dois Mundos e Emmanuel, em A Caminho da Luz, falam-nos do aparecimento do protoplasma e de toda a cadeia evolutiva descrita pela ciência biológica. O Espiritismo corrobora com a Ciência; a única diferença é que faz intervir a ação dos Espíritos.

No processo de evolução do Espírito, o ponto alto é o aparecimento do senso moral. Enquanto o princípio inteligente estagia no reino animal, o senso moral é quase nulo. Somente quando adquire a razão, o pensamento contínuo e o livre-arbítrio, na fase humana, é que começa a responder pelos seus atos. Daí, a responsabilidade de cada um pelo seu próprio progresso.

6.2. LIVRE-ARBÍTRIO

O Espiritismo mostra-nos que, no inicio da sua caminhada evolutiva, o Espírito não possui o livre-arbítrio, cuja escolha é deixada a cargo dos mensageiros do espaço. Somente quando desenvolveu o senso moral, que é responder pelos seus próprios atos, foi lhe dado a capacidade de escolher e seguir o seu caminho.

O ser humano não é fatalmente conduzido ao mal; os atos que pratica não estavam escritos, determinados por uma fatalidade. "Ele pode, como prova ou expiação, escolher uma existência em que se sentirá arrastado para o crime, seja pelo meio em que estiver situado, seja pelas circunstâncias supervenientes. Mas será sempre livre de agir como quiser. Assim, o livre-arbítrio existe no estado de Espírito, com a escolha da existência e das provas; e no estado corpóreo, com a faculdade de ceder ou resistir aos arrastamentos a que voluntariamente estamos submetidos". (Kardec, 1995, questão 872)

6.3. O PROGRESSO

Allan Kardec, em O Livro dos Espíritos, mostra-nos que o progresso intelectual nem sempre anda junto com o progresso moral. No longo prazo, porém, deverão equilibrar-se para que haja maior coerência das ações praticadas pelo ser humano.

Nesse sentido, o Espírito Emmanuel adverte-nos que a sabedoria e amor são as duas asas que nos conduzirão ao progresso. Paralelamente, o Espírito André Luiz diz-nos que o ciclo de reencarnações somente terminará quando tivermos sedimentado as nossas ações nas máximas do Evangelho de Jesus.

7. CONCLUSÃO

O progresso é inexorável e a lei de causa e efeito é providencial. Assim, tenhamos consciência dos nossos atos diários. Adiando para amanhã a prática do bem, podemos retardar a nossa evolução material e espiritual.

FONTE:https://www.ceismael.com.br/artigo/evolucao-e-espiritismo.htm 


FANATISMO RELIGIOSO - ANO 03 - EDIÇÃO 36 - DEZEMBRO DE 2021

 


As religiões, pelo seu caráter transcendental,  foram, muito mais que a política, as grandes formadoras de adeptos fanáticos. Isso se explica porque a palavra fanatismo - do latim fanaticus -, que vem de fanum = templo, lugar consagrado, significa aquele que era o possuído pelo deus.  Assim, fanatismo é a cega obediência a uma idéia, servida com zelo obstinado, até exercer violência para obrigar outros a segui-la e punir quem não está disposto a abraçá-la.

A consequência imediata do fanatismo religioso é o sectarismo, que encarcera a liberdade de consciência, pretendendo uma liberdade dirigida na espera do pensamento, que torna o homem escravo de postulados que lhe proíbem a expansão da alma pela ideias e pela razão. 

O fanático é a antítese do herói e do entusiasta. Enquanto o  herói e o entusiasta lutam por uma causa justa, o fanático assume uma atitude de intolerância às ideais alheias. O herói e o entusiasta podem até morrer pela causa que defendem, mas jamais o fazem para aumentar o número de prosélitos. O fanático, contrariamente, não recusa meios violentos e até cruéis para os conseguir.   

Os atentados terroristas de 11 de setembro de 2001, nos Estados Unidos, em que os próprios homens se transformam em bombas, é digno de lembrança. Pergunta-se: o que está por trás dessa resolução? Não é o fanatismo religioso? Se um líder faz a nossa cabeça, dizendo-nos que praticando tal ato nós seremos arrebatados ao céu, a sua ordem será imediatamente colocada em prática. 

E OS ESPÍRITAS? ESTÃO ELES ISENTOS DO FANATISMO? 

Como o fanatismo está geralmente ligado ao dogmatismo, isto é, à crença numa verdade ou num sistema de verdades que, uma vez aceitas, não devem mais ser postas em discussão e rejeitam a discussão com outros, é possível que o Espírita esteja sendo fanático, sem o perceber.  

Allan Kardec, por exemplo, em O Livro dos Médiuns, fala-nos dos médiuns que só querem receber um único Espírito, dos que não aceitam críticas em suas mensagens e daqueles outros que só querem  pensar pela própria cabeça. Diz-nos ainda que essas são as causas da obsessão e da fascinação: o começo de um monoideísmo, uma ideia fixa. 

Urge tomarmos consciência de nossas ações. Quantas não são as vezes que queremos impor as nossas ideais ao grupo que frequentamos? Lembremo-nos do provérbio que diz: "Todo o excesso é prejudicial". Procuremos sempre o meio termo como nos aconselhava o filósofo Aristóteles, que colocava a  virtude no meio, ou seja, entre o excesso para mais e o excesso para menos. Não a colocava como uma média, mas como o ponto de equilíbrio entre os excessos. 

FONTE: https://www.ceismael.com.br/tema/fanatismo-religioso.htm

DEFICIÊNCIA MENTAL NA VISÃO ESPIRITUAL - ANO 03 - EDIÇÃO 35 - NOVEMBRO DE 2021



Quando nos deparamos com um deficiente físico ou mental, ficamos a indagar o porquê de determinadas pessoas encarnarem em corpos enfermos? Na antiguidade, a humanidade pensava que os indivíduos vinham com essas enfermidades por que os deuses não gostavam deles, assim, seria um castigo imposto por algo indevido que haviam praticado. Toda enfermidade é um resgate por excessos do pretérito. No livro Deficiente Mental: Por que fui um?, há o seguinte comentário sobre esse assunto:

 “Temos muitas oportunidades de voltar a Terra em corpos diferentes e que são adequados para o aprendizado necessário. Quando há muito abuso, há o desequilíbrio, e para ter novamente o equilíbrio tem de haver a recuperação. Quando se danifica o corpo perfeito, podemos por aprendizado tê-lo com anormalidades para aprender a dar valor a essa grande oportunidade que é viver por períodos num corpo de carne. Somos o que fizemos, somos o que praticamos e por isso iremos  merecer aquilo que fizemos de bom ou de ruim, e as dificuldades que  passamos  no período da encarnação são lições preciosas”.

Convictos de que o espírito escolhe as provações que experimentará na terra, durante o processo reencarnatório nas esferas superiores, o individuo em plena condição moral dos seus atos, elege automaticamente, para si, grande parte das doenças que lhe incorporam ás preocupações. Lembramos das decisões lamentáveis, em que assumimos no corpo físico, todos sabemos que a prática do bem é simples dever de praticar o bem, é o único antídoto contra o mal em nós próprios.Entretanto, criamos habitualmente,  ás sugestões do mal, favorecendo á instalação de determinadas moléstias no corpo físico. Seja na ingestão de alimentos inadequados, por extravagância á mesa, seja no uso do álcool mesmo moderado, no aborto criminoso e nos abusos sexuais, estabelecemos em nosso prejuízo as síndromes das mais diferentes ordens. Mantidas tais conexões, surgem freqüentemente os processos obsessivos que, muitas vezes, sem afetarem a razão, nos mantém nos domínios da enfermidade e assim pouco a pouco esterilizam nossas forças e corroem a nossa existência. É servindo ao próximo, serviremos á nos mesmo, lembrando que cada um adquire as doenças que deseja para tormento próprio.

 “As ações geram reações semelhantes e sempre produzem choque de retorno, ninguém foge á ação da própria consciência”.

Como fica o espírito  do deficiente mental em sua existência? R: Sabemos que durante alguns momentos o espírito do deficiente, tem períodos de lucidez, afinal não seria justo que o doente não tivesse consciência do seu estado senão para que serviria a sua expiação. Por isso, o espírito sempre terá momentos de lucidez para saber valorizar o novo corpo e em muitos casos o deficiente tem plena certeza do seu estado atual. Durante o sono é que o deficiente mental tem a maior consciência e nitidez em que encontra o seu corpo material, é no momento do sono e dos sonhos que o espírito se desprende parcialmente do corpo e assim esta liberto por alguns momentos.

E a família como fica? Qual o seu papel? R:A família tem um papel fundamental, a expiação não é  do enfermo mas sim de toda a família, o resgate  e a regeneração também são para os membros da família, para que todos possam atingir uma conduta moral coletiva, isto é em muitos casos aquele deficiente esta nesta ou naquela condição para que a sua família ou um determinado membro evolua. Outro fator importante é o convívio a família é o primeiro degrau, é o primeiro grupo social do qual fazemos parte e em segundo lugar a escola  é em casa aonde aprendemos as primeiras noções de comportamento e atitudes,  portanto, o convívio do deficiente com a família gera a compreensão, afetividade, carinho, companheirismo, união e principalmente que o lar esteja sempre em harmonia. E se possível à prática do evangelho no lar, mudança de atitudes e pensamentos. Na educação é necessário procurar escolas capacitadas e profissionais  especializados e treinados, que possam oferecer as mais variadas atividades.

E a obsessão nos casos de deficiência mental? R: O enfermo por estar mais no estado latente, não tem plena consciência dos seus atos, a ação obsessiva por parte dos desencarnados, contribui para algumas causas;  o baixo consumo de oxigênio, a anemia secundária; baixo fluxo sangüíneo  e outros distúrbios registrados nos pacientes portadores de deficiência, outra característica da obsessão é a vampirização, ideoplastia, telementalização, hipnose, alienação mental, desajustes temperamentais, conduta irregular.  Em alguns casos pode levar o doente até ao autismo (Alienação mental), causando, rigidez, desagregação do pensamento, idéias delirantes, incoerência.

Como o Centro espírita pode ajudar? R: Os Centros Espíritas oferecem vários tipos de tratamento, isto é,  dependendo da necessidade do doente e da avaliação dos Entrevistadores: Passe Magnético, Samaritano, Desobsessão, Passe à Distância,  ou outros tratamentos que o Centro julgar necessário.

FONTE: https://www.ceismael.com.br/tema/deficiencia-mental.htm